Revelações, reviravoltas, lutas de perder o fôlego, muita tensão. Esse é Trono de Vidro 4 – Rainha das Sombras de Sarah J. Maas. Já aviso logo: Tem Spoilers. <3
Terminar de ler Trono de Vidro 4 me deu uma sensação… agridoce, digamos. Porque ao finalizar um livro de 637 páginas, o quarto livro da série, a gente não pára de pensar que a história está quase no fim. E ao mesmo tempo, a escritora tem o dom de fazer parecer que é apenas o começo! Como pode, Brasiu?
Em Trono de Vidro 4, Celaena não é mais Celaena. O livro retoma a história de onde parou, com Celaena voltando para Forte da Fenda como Aelin Ashryver Galathynius, rainha de Terrasen. Se em Trono de Vidro 3 ela lentamente vai deixando de ser a garotinha arrogante e mimada, em Trono de Vidro 4 a gente mal se lembra mais da irritante jovem assassina que fugia de suas responsabilidades. O amadurecimento dela é muito grande, porém ainda não consolidado. Ela começa a se tornar a heroína que Adarlan merece e que nós gostaríamos de ver.
Como acontecem coisas nesse livro. Nossa, muita coisa mesmo. Um evento atrás do outro. Porrada atrás de porrada. Devido a aproximação dos eventos finais – afinal estamos falando em uma guerra contra demônios (os Valg)aqui – o livro muitas vezes tem um tom mais sombrio e pesado. Um romance se desenrola e a gente vira total Team Rowan agora. O príncipe-guerreiro élfico é um dos grandes responsáveis pelo amadurecimento de Aelin, e ele nos mostra que pode ser tão afetuoso quanto mortal.
O chato de galochas desse livro é Chaol. Amargurado pelo que aconteceu com o príncipe Dorian no livro anterior, o ex-capitão da guarda real agora é um dos rebeldes maltrapilhos que tenta salvar o máximo de pessoas que pode das garras do rei, mas passa quase o tempo todo resmungando. Sua falta de confiança em Aelin , apesar de justificada, me pareceu exagerada. Quando ela partiu e ele descobriu a sua verdadeira identidade ele mesmo era outra pessoa que ainda tinha carinho por Celaena. Mas aí esses troços de magia assustaram ele mais do que deveria e ele virou um chato, maltratando até mesmo uma moça com quem é revelado que ele tem um casinho. Chato rabugento, malinha sem alça. Mas até que se redime no final. E Aelin ganhou mais ainda minha admiração com suas ações ao fim do livro mostrando finalmente a que veio. Virou um mulherão da p****
Nesryn Faliq é a moça com quem Chaol tem um casinho. Ela faz parte da guarda real e ajuda os rebeldes contra o rei. É um mulherão da p**** também, quem o mimizento do Chaol maltrata de vez em quando por estar chateadinho com Celaena. Ela aguenta calada, sem dar a ele o gostinho de responder qualquer coisa, apenas se afastando dele. Ele se arrepende várias vezes, mas, numa boa, ele não merece a afeição dela. Peça importante na história, graças a ela que o grupo de Aelin consegue se salvar em diversas situações, ganhando da rainha sua admiração.
Outro mulherão da po*** neste livro é a cortesã Lysandra. Inimiga de Celaena quando ela era treinada por Arobynn, acaba se mostrando uma importante aliada. E do lugar mais improvável surge uma amizade. Um trecho que me marcou bastante do reencontro das duas, e, até me inspirou a escrever sobre sororidade aqui no blog. Ao conversar com sua protegida, a menina Evangeline, Aelin reflete sobre como se comportou com Kaltain lá ainda no primeiro livro:
“E, por um momento, imaginou como a vida de outra jovem teria sido diferente caso ela tivesse parado para conversar —conversar de verdade com Kaltain Rompier em vez de desprezá-la como uma dama da corte sem sal. O que teria acontecido se Nehemia tivesse tentado ver além da máscara de Kaltain também. “
Depois, conversando com Lysandra, ela se desculpa:
“- Desculpe —disse Aelin. —Pelos anos em que passei sendo um monstro com você, por qualquer que tenha sido o papel que tive em seu sofrimento. Queria ter conseguido me ver melhor. Queria ter visto tudo melhor. Desculpe.
Lysandra piscou.
—Nós duas éramos jovens e burras; deveríamos ter nos enxergado como aliadas. Mas não há nada que nos impeça de ver isso agora. —A cortesã deu um sorriso que era mais lupino que elegante. —Estou dentro se você estiver.”
Além disso, Lysandra não é uma mera prostituta qualquer. É uma das revelações mais empolgantes do livro. Além da tocante amizade que ela e Aelin desenvolvem deixando toda a rivalidade para trás. Aos poucos, nesse livro, Aelin forma sua corte, ou melhor, sua nova família.
Também estão presente no livro novamente Manon e as dentes de ferro. A Líder Alada e suas Treze foram mandadas para servir o Lorde de Perrington. O Duque é um belo um filho da mãe que quer fazer experimentos macabros. Manon começa a questionar sua própria obediência cega às ordens da avó, a quem manda cartas relatando as coisas que estão acontecendo ali sem obter nenhuma resposta.
No meio disso conhece a criada Elide. Uma jovem, quase menina ainda, muito maltratada pela vida, que anda com correntes nos pés. A garota é meio dúbia e a gente não sabe se pode confiar nela. Nem Manon sabe. Mas muitas coisas são reveladas a respeito dessa garota que não é uma simples criada. Só que a história dela fica em aberto e só vai continuar no livro que vem a seguir. Desperta bastante curiosidade. Apesar de ser uma garota medrosa apenas querendo sobreviver, eu acabei torcendo para que ela crescesse e atingisse todo o seu potencial, assim como Aelin está aos poucos fazendo. Pois por enquanto ela é só uma menininha medrosa e chatinha. Vamos acompanhar.
Kaltain também tem bastante destaque em Trono de Vidro 4. A situação dela não é nada boa nas mãos do Duque de Perrington. Não quero falar mais do que isso pois seria dar spoiler demais. Mas ela também tem um papel muito importante, e a gente acaba se lamentando, assim como Aelin, de não ter conhecido ela melhor.
Trono de Vidro 4 encerra uma parte da jornada de Aelin. Porém começa outra ainda mais difícil. E olha, não foi nada fácil ate aqui. Em Trono de Vidro 4 a rainha Aelin ainda precisa se passar por Celaena, a assassina algumas vezes. Ela tem todo um plano arquitetado em sua mente que não revela nem para seus companheiros e nem para os leitores. Ao fim é que tudo vai se encaixando e nós, assim como Rowan e os demais ficamos pensando “Nossa, isso foi brilhante! Perigoso e arriscado, porém brilhante!”
São mais de 600 páginas de muitos acontecimentos. Difícil citar tudo. Aelin não tem descanso desde que põe os pés em Forte da Fenda novamente e temos até o nojento do Arobynn voltando à cena para atrapalhar. São muitos eventos de tirar o fôlego. Muitas pessoas a salvar. Um rei a derrotar.
Vários pontas são conectadas nessa obra. Personagens que se reencontram, personagens que se conhecem, embates necessários e por muito adiados finalmente acontecem. Sarah J. Maas consegue aparar arestas e ao mesmo tempo dar mais pano pra manga. O fim do livro não é o fim da história, mas apenas o início do fim. Deu pra entender?
Não conhece a série e quer saber mais? Tenho resenhas dos livros 1, 1.5, 2 e 3 bem nesses links!
Trono de Vidro 4 – Rainha das Sombras é da Editora Galera Record, com tradução de Mariana Kohnert.
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